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2ª Visita Técnica (23-01-2024)

Relatório da 2ª visita técnica

No âmbito do projeto Bem Comum realizou-se no dia 23 de janeiro a 2ª visita técnica, numa organização conjunta da equipa da Escola Superior Agrária do Instituto Politécnico de Viana do Castelo, Cooperativa Agrícola de Arcos de Valdevez e Ponte da Barca e Associação Florestal Atlântica, a visita decorreu na freguesia de Sistelo. Subordinada ao tema "Baldios e Agricultura Familiar”, esta ação teve como principais objetivos: (i) proporcionar o encontro entre toda a equipa; (ii) conhecer o território e as comunidades locais com baldios; e (iii) identificar e refletir sobre boas práticas agro-silvo-pastorícia das freguesias de Sistelo e Cabreiro tendo em conta os aspetos ambientais, silvícolas, agrícolas, sociais e económicas na governança comunitária de baldios.

Estiveram presentes 46 participantes: Escola Superior Agrária do Instituto Politécnico de Viana do Castelo (ESA – IPVC); Comunidade Intermunicipal do Alto Minho (CIM – Alto Minho); Direção Regional de Agricultura e Pescas do Norte (DRAP Norte); Associados do Centro de Competências de Agricultura Familiar (CeCAFA), Agência Regional de Energia e Ambiente do Alto Minho (Área Alto-Minho); Associação Regional de Desenvolvimento do Alto Minho (ARDAL); Federação Nacional de Balidos (BALADI); Agrupamento de Baldios da Serra do Gerês (ABSG); Cooperativa Agrícola de Arcos de Valdevez e Ponte da Barca (CAAVPB); Associação Florestal Atlântica; CERNA - Attractive Cascade; Explore Iberia (Elos da Montanha); Keen Tours; Dinamo10; Assembleia de Compartes dos Baldios da Freguesia de Sistelo, Assembleia de Compartes dos Baldios da Freguesia de Cabreiro, Junta de Freguesia de Sistelo.

A visita iniciou-se com uma sessão de boas-vindas pela coordenadora do projeto Joana Nogueira, da ESA-IPVC, no miradouro de Estrica. Joana Nogueira efetuou o enquadramento sociodemográfico da freguesia de Sistelo e Cabreiro. Seguidamente os bolseiros do projeto (Marco Fernandes e Hélder Amorim) referiram a importância dos produtores, na gestão dos baldios, como gestores de paisagem e ecossistemas numa necessidade real de valorização da profissão de pastor, bem como o retrato temporal evolutivo da atividade quer no número de explorações, área utilizada para pastoreio e evolução dos efetivos pecuários desde 2019. Foi apresentado o enquadramento territorial a nível de área efetiva e área relativa de baldio em relação à área da freguesia, uso e ocupação de solo e as condicionantes ao nível de Rede Natura 2000, RNAP e paisagem cultural. Estas comunicações permitiram evidenciar a grande diversidade de perspetivas existentes entre as pessoas, assim como um elevado grau de interesse de todos os parceiros por aprofundar e enriquecer o conhecimento ao longo do projeto. 


Sessão de boas-vindas e enquadramento por parte das entidades organizadoras, Beatriz Silva da CAAVPB; Joana Nogueira ESA-IPVC; Sandra Vieira da Atlântica e Sérgio Rodrigues da Junta de freguesia de Sistelo.

Beatriz Silva da Cooperativa Agrícola de Arcos de Valdevez e Ponte da Barca, evidenciou a importância dos baldios para várias produções, pastoreio e gestão da paisagem, e um trabalho ligado às populações locais, legítimas proprietárias destes territórios. Demonstrou preocupação com o novo Plano Estratégico da Política Agrícola Comum (PEPAC), cuja implementação considera problemática por não ter orientações adequadas para contrariar o despovoamento nos territórios rurais e a perda agrícola, referindo que futuramente será necessário apostar na inovação sustentável e na capacitação, com foco na agro-silvo-pastorícia.

Sandra Vieira da Associação Florestal Atlântica, referiu o papel da associação no apoio às comunidades na gestão florestal, trabalhos nas áreas de baldios com as equipas de sapadores, e prestando assistência a nível de candidaturas a apoios públicos e na implementação de projetos.

Sérgio Rodrigues, presidente da junta de freguesia de Sistelo, evidenciou a importância dos produtores pecuários na promoção da economia local, como motor de desenvolvimento local, fixador de população, dinamizador de atividades turísticas, bem como todas as políticas adotadas pela entidade que representa. Referiu ainda que a par de outras zonas do país, também na sua freguesia existe um crescente despovoamento e que o turismo funciona como o principal motor económico da freguesia com a criação de 12 novos postos de trabalho porque, segundo o mesmo "o turismo e o turista pagam bem”. Na perspetiva do mesmo, o turismo não é visto com bons olhos pelas comunidades, mas o território não pode viver só de pastorícia e pequena agricultura.

Joana Nogueira ainda mencionou que o turismo é um elemento agregador, contribuindo para o desenvolvimento local, como forma de combate ao despovoamento e que, no caso de Sistelo conduziu a mais investimentos, mais infraestruturas, reconstrução de habitações, etc.

Durval Gave, presidente da organização de baldios de Sistelo, explicou aos participantes o que era um baldio, as formas de funcionamento, o papel dos compartes nas comunidades e exprimiu o seu desagrado nas questões de cogestão nas áreas do PNPG e na forma de financiamento destinadas a algumas áreas em detrimento de outras que deveriam, no seu entender, ter mais ou igual relevo a nível de investimento ou importância, por parte das entidades gestoras.


Conversa com Durval Gave Presidente dos Baldios da Comunidade Local de Sistelo; Beatriz Silva da CAAVPB; Sandra Vieira da Atlântica e Sérgio Rodrigues, Presidente da Junta de Freguesia de Sistelo

No final, os participantes visitaram o Centro de Interpretação da Paisagem Cultural de Sistelo – Casa do Castelo, onde Sérgio Rodrigues, presidente da junta de freguesia de Sistelo explicou o projeto envolvido na criação deste centro, as suas principais valências e futuras exposições.


Conversa com Sérgio Rodrigues, presidente da Junta de Freguesia de Sistelo, no Centro de Interpretação da Paisagem Cultural de Sistelo – Casa do Castelo.


Fotografia de grupo



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